segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Dor de um Sorriso


Já faz tanto tempo que me perco em pensamentos vazios. Cometi o erro de permitir que meu coração fosse tomado por essa escuridão degradante. É tão frio e assustador, e ainda assim tão reconfortante. Acho que passei muito tempo andando no escuro que hoje já sinto como se esse fosse o único caminho pelo qual meus pés podem seguir.
Este meu sorriso que sempre esteve à vista, ele esconde toda a dor que sinto, uma dor que nem mesmo eu consigo descrever. Falsidade pode ser uma boa maneira de descrever meus atos, mas apenas aqueles que estão perdidos no vazio sabem o que passa pelo meu coração.
Hoje perdi tudo. Hoje perdi todos. Hoje desisti de tudo mais uma vez. Esse meu medo de não conseguir me erguer me acorrenta neste calabouço. Sinto a chuva cair sobre meu corpo, esse cheiro de sangue perturba meus sentidos. Aqui é frio, úmido, vazio... Estou preso em um pesadelo, as chaves estão em minhas mãos, mas não me atrevo a soltar as correntes, não me atrevo a seguir por uma saída.
Sinto meu corpo ser dilacerado a cada gota de chuva que toca minha pele, sei que essa chuva de sangue representa o medo que tenho de tentar, mas essa dor já esta me torturando a tanto tempo que me acostumei a isso. Não consigo pensar de forma racional no meio deste caos que me cerca, de longe escuto gritos de sofrimento vindo de todos os lados, mas ainda assim não posso ver nada a minha volta, apenas sinto o respirar de demônios que anseiam pela minha queda.
Estava fisicamente no conforto da minha cama, minha mente estava presa neste pesadelo. Esta dor é o que atrapalha meu sono, este medo é o que agita minha alma. O único alivio é que ainda assim consigo sorrir, aprendi a esconder minha dor atrás de uma podre mascara de satisfação. Sei que é um egoísmo que vai me destruindo cada dia mais, porem ainda assim, só de não observar a preocupação nos olhos que me cercam já me deixa aliviado.
Estou caindo aos poucos, mas cada vez mais próximo ao salão dos desertores...
Estou em constante queda, mas sempre olhando para a saída... Quando terei coragem de seguir em direção aquelas colinas ensolaradas? Talvez amanhã, talvez nunca... Só o tempo ira escrever o resto desta história. Só espero terminar com o olhar no horizonte...

Nenhum comentário:

Postar um comentário