domingo, 9 de setembro de 2012
Perdido...
Quando despertei estava em um campo escuro, apenas a lua iluminava debilmente aquele ambiente. Não conseguia saber se era medo, admiração ou nostalgia o que sentia naquele lugar, mas estava extasiado - sim, era como eu conseguia descrever o momento- olhando o nada.
Minha visão continuava focada no vazio, observar tudo sem olhar para nada era tão anestésico. Ali eu me sentia seguro, mesmo o uivar de lobos ferozes que podiam ser ouvidos de longe não me amedrontava. A névoa que ilustrava tenebrosamente aquele éden me parecia tão atraente, tão bela, apesar de mortal.
Estava ali por um motivo, ainda não compreendia o que eu buscava naquele lugar, tão frio, tão escuro, tão sombrio, mas ainda assim tão acolhedor – pelo menos era para mim como uma saída segura – e belo. Só me restava pensar, mesmo acreditando que aquilo tudo já seria fruto da minha imaginação, tentando me deixar louco, sem razão.
Aquele pântano, cenário ideal para um bom filme de horror, se tornou minha casa, meu lar. Muitos perderiam a razão ali – se é que eu ainda não perdi a minha – apenas permanecendo por algumas horas, mas eu queria mais, eu queria poder lapidar aquele local até absorver a ultima gota de respostas. Sabia que aquele ambiente era eu mesmo, estava vagando em minha alma em busca de apenas uma verdade, estava perdido em minha mente a procura de uma única porta, e nela estaria tudo o que eu busco agora: EU – sim, eu estava nesta jornada tentando me encontrar, tentando me encontrar dentro da tempestade de incógnitas que não me permitem dormir –
Descobri uma rota segura para adentrar este pântano, mas eu desperto todas as manhas sem encontrar o que realmente procuro. Por anos vagando perdido por um lugar que somente eu conheço. Estaria andando em círculos? – talvez não, talvez isto tudo não passe de uma loucura, uma doce e terrível loucura -
Mais uma noite no escuro, mais um despertar sem respostas - quantas vezes mais terei de despertar, até que eu me encontre?! – neste belo pesadelo.
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