sábado, 1 de dezembro de 2012
Banquete com Ratos
Agora compreendo o erro que cometi. Minha infindável caminhada em busca de aceitação, vivendo a ilusão de um sol construído no fundo da garagem. Em uma dieta de erros e farsas, a base do meu império de lama.
O sonho se perdeu a tanto tempo que não me recordo da antiga criança, deixei o monstro tomar conta da minha alma (Não. minha alma se dissolveu em um esgoto de desespero). Conquistei um exercito de homenzinhos de barro, forjados a pedra e lodo.
Vagando com passos lentos por este pântano escuro, cada vez mais fundo, cada dia mais podre.
Tudo que crio esta em um histórico de peças teatrais, minha face tomou tantas formas que já não me recordo à verdadeira identidade. Noite após noite sendo torturado por essa coroa de espinhos, enquanto meu coração se infesta de vermes que pulsam em minha essência. A orquestra de um pesadelo, um maestro decadente, sou o arquiteto de um templo de mentiras, uma decepção para a alma que já se perdeu.
A ignorância me guiou por estradas em brasas, onde eu insistia em dizer que eram pepitas de ouro. Nesta tortuosa caminhada, vesti um manto de solidão, por sua vez, a solidão me vestiu. Um universo sem cor, tudo tingido por minhas mãos.
Um plano de conquistar tudo, tudo que conquistei foi uma ilusão, uma mentira que se voltou contra mim, me escravizando em seus dutos de gás venenoso, como um verme que deve trabalhar em busca da própria destruição.
Afastei todos, me isolei nesta bolha de hipocrisia, acreditava que poderia viver sobre minhas regras, acreditei que poderia sobreviver sozinho.
As lagrimas nunca deixaram de cair, a cada passo um novo cadáver, mais uma alma para alimentar o meu erro, meu coração clama em silencio, afogado no mar dos desolados, um busca de paz. Tudo que eu criei faz parte de mim, tudo que eu corrompi me atormenta como redemoinhos neste mar de pesadelos. Segundo após segundo, em um lamentável ciclo de sofrimento.
É tarde para lavar a alma, este arsenal de traição permanece dentro do meu corpo, onde deveria haver uma alma, meu peito carrega um vazio, agora sou apenas um esquecido no universo, um caído em solo sagrado, que devorou a própria casa para viver no abismo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário